Ser pouco
- Susana Santos
- 1 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Desde cedo te fizeram acreditar que se é pouco, que os filhos dos outros eram melhores, mais inteligentes, mais espertos até mais educados, não gritavam a falar, não vestiam roupas "espampanantes" não riam de boca aberta alto e bom som...

Desde cedo, não havia condições económicas para determinados "luxos" de umas calças, de umas saídas à noite, ou de umas férias.
Desde cedo não haviam objectivos, nem se sabia o que se queria da vida...
Desde cedo se namorava por toda a adolescência, com quem se aprendia tudo o que a adolescência tinha para ensinar mas sempre com os padrões comuns que a sociedade local incutia.
Desde cedo se colocavam rótulos pela forma como se andava, ou como se vestia ou até mesmo pela própria forma física... Desde cedo, se fazia distinção entre quem integrava grupo e em quem era condicionado a saídas pelos pais.
A faculdade era algo onde não iria existir integração porque lá não existiam "saloios" do campo, porque todos que lá andavam se sabiam comportar...
Desde cedo, não se podia isto nem aquilo porque era feio, desde cedo se fazia por ser amado e desejado por tudo e por todos...
No entanto, desde cedo se pôs os pés à parede!
Quando os pés se colocam variadas vez contra a parede, começam a surgir traços fortes de personalidades, começam a ser acentuadas as vontades, tendências, e direcções alinhadas.
Quando se vislumbram os traços de personalidade começam novos ciclos e novos caminhos, na maior parte das vezes feitos sem companhia, mas ai a força vem de dentro, do acreditar! No quê, não se sabe, ainda...

Quando as tendência e vontades ganham forma conhecem-se novas pessoas e novos valores, ai a procura por reconhecimento já não parte apenas da primeira pessoa, começa a vir de outros lados . Descobrem que existem olhos, ouvidos, e compreensão ao ponto de utilizarem o "rótulo" como ponto de confessionário... o caminho começa a ser traçado, a vontade cada vez ganha mais forma, o querer é algo "entranhado" de tal forma que a vontade passa a ser o alimento diário.
Abracem-se ciclos, fecham-se ciclos, ganham-se responsabilidades, traçam-se objectivos, apontam-se direcções, posicionam-se focos e iniciam-se caminhos, quedas, erguem-se valores, recomeça-se e continua-se repetidamente, diariamente, sem que existam limites inalcançáveis ...
Ser pouco é relativo, porque ser pouco pode ser uma metáfora apenas para os que não são nem querem que os outros sejam!
Por isso não SEJAS POUCO SONHADOR "o sonho comanda a vida"!
by Susana Santos
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